Debate evidencia a presença e os desafios dos negros nas universidades
A presença e a resistência dos negros em diferentes espaços foram o tema do debate “O 20 de novembro e a universidade”, promovido pela Aspuv na noite da última segunda-feira, dia 21. Três professores convidados debateram o assunto: Adélcio de Sousa Cruz, do Departamento de Letras da UFV, Maria Isabel Chrysostomo, do Departamento de Geografia também da UFV, e Dulce Maria Pereira, docente da UFOP e antiga presidente da Fundação Palmares (1996-2000) e secretária executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (2000-2002).
O primeiro assunto abordado foi o percurso feito pelos negros na literatura brasileira, desde os pioneiros, como Domingos Caldas Barbosa, passando por Machado de Assis e Lima Barreto, até os dias atuais, com destaque para nomes como o da escritora mineira Conceição Evaristo. Em seguida, o tema de discussões foi a ocupação e resistência negras no espaço urbano: de que forma as cidades se estruturaram como um retrato da exclusão e a maneira como práticas de resistência as moldaram, passando pelo nascimento das favelas até a origem do samba. A última a falar foi a professora visitante Dulce Maria, que tratou sobre a presença dos negros na universidade, as formas de inclusão, o pensamento racista ainda presente nas instituições e as perspectivas para o futuro.
Depois das exposições, o público pôde fazer perguntas e debater as questões com os convidados, quando, esteve muito em voga o fato de que, apesar de ter crescido a presença dos negros nas universidades, o número total, 45,5%, não chega a atingir o percentual de brancos, de 71,4%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2014. Além disso, os negros representam apenas 28,9% dos pós-graduandos no país, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados em 2015.
Comentários (0)
Comentários do Facebook