Curso de produção de alimentos trabalha resgate cultural

Curso de produção de alimentos trabalha resgate cultural

Mais do que aprender a fazer produtos assados, os participantes dos curso de Produção Artesanal de Alimentos, oferecido pelo Senar Minas, participam de um trabalho de resgate cultural, levantando costumes, receitas e matéria-prima regional. Essa diretriz está sendo adotada também nos cursos de Artesanato, e os instrutores das duas áreas estão recebendo treinamentos para aplicar a metodologia. Para a economista doméstica Lígia Vidigal Ferreira de Oliveira, que é instrutora do curso, esse trabalho visa valorizar ainda mais os alunos.
Segundo a Assessoria de Imprensa do Senar Minas, o curso de produtos alimentícios vem sendo realizado com frequência, devido à boa aceitação encontrada entre os produtores.
O curso, voltado para 12 participantes a cada turma, ensina habilidades básicas e gerenciais na produção de alimentos. Entre os principais pontos abordados, estão a importância da higienização pessoal e de utensílios, ambiente e alimentos, seguindo as boas práticas de fabricação. “Agora, com o novo conteúdo, também consigo trabalhar a autoestima dos participantes envolvendo-os no assunto”, afirmou Lígia.
“Quem é você?”. É com essa pergunta e a ilustração de uma mãe amamentando que a instrutora inicia o trabalho de resgate cultural. A partir disso, Lígia aborda a história do aluno, de onde veio, suas transformações ao longo da vida.
“Distribuo um texto da escritora Cora Coralina para reflexão e levo os participantes para o centro da história: localização do município, festas, costumes, hábitos alimentares, mostro figuras e livros de outras cidades. Essa abordagem é muito importante, pois eleva a autoestima. Os alunos dizem que o novo conteúdo permite aprender mais sobre eles mesmos e sobre a comunidade”.
Os produtos fabricados no curso utilizam a matéria-prima regional e seus derivados, como pães de couve, beterraba ou outro vegetal, pães de queijo sem óleo e sem ovo (de mandioca ou de inhame), biscoito de polvilho e broa.
“É o homem do campo que fornece a matéria-prima para o curso, então é uma maneira de valorizá-lo. Como são produtos nutritivos sem aditivos químicos, contribuem para uma alimentação mais saudável, melhorando a qualidade de vida”.
Lígia explica que outra finalidade é despertar nos produtores rurais a importância de ter um quintal ou preservar o que já têm. “Outro ponto importante é agregar valores: artesanato, produtos de panificação e o que tem nos quintais. Acho que estamos no caminho certo para o desenvolvimento sustentável, agregando toda essa cultura do município”, complementou.