Construção da ETE da Barrinha se arrasta sob suspeita de erros no projeto

Construção da ETE da Barrinha se arrasta sob suspeita de erros no projeto

Obra iniciada em agosto de 2014, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), que está sendo construída no bairro Barrinha, está com seu cronograma atrasado em pelo menos 2 anos, devido a vários motivos conjunturais.
Entre esses fatores está uma iniciativa do Saae, que sentiu a “necessidade de revisão e conferência de todos os apontamentos técnicos, inclusive notificando os autores dos projetos básico e executivo para manifestação a respeito, justamente para tentar prevenir e/ou corrigir possíveis falhas no projeto e viabilizar o andamento regular das obras. Vale frisar que, por se tratar de questões de engenharia que envolvem complexidade técnica, o Saae vem tratando o assunto com toda atenção e responsabilidade”, destacou a assessoria de imprensa da autarquia.
A diretoria ressaltou, também, que se encontra pendente de julgamento um Recurso Especial interposto pelo Saae junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que pode alterar esse prazo, haja vista tratar-se de decisão liminar, que pode ser revogada no julgamento do mérito da ação, após comprovadas que as ações do Saae e do executivo municipal vêm acontecendo no tempo necessário para a efetivação do tratamento do esgoto do município. Ainda de acordo com a autarquia, o Saae tem colaborado com o Judiciário encaminhando com transparência todos os documentos ao Ministério Público e também ao Juízo da 1ª Vara Cível para conhecimento e instrução do processo judicial em questão.
De acordo com a diretoria do Saae, embora no cronograma inicial tivesse previsão de conclusão da obra em julho de 2016, vários fatores determinaram a necessidade da revisão deste planejamento, que está sendo analisado pela empresa contratada e pelo setor técnico da autarquia e, por isso, ainda não há data precisa de término das obras.
Apesar desses entraves, a obra não parou, mas caminha a passos de tartaruga, estando hoje, quase dois anos após iniciada, com cerca de 20% apenas de suas etapas concluídas.
Outro fator de desaceleração da obra, em seu estágio atual, é o atraso no repasse dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) pelo Ministério das Cidades/CAIXA, que às vezes chega a mais de 90 dias.

PRESSÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - O histórico da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) mostra que a obra, parte importante de um projeto de coleta e tratamento de todo o esgoto sanitário da cidade, teve seu início em 2011, ano em que o Saae e a Prefeitura Municipal de Viçosa iniciaram as medidas para concluir o tratamento de esgotos na cidade com a construção da estação de tratamento. Naquele ano, os dois órgãos conseguiram recursos junto ao Ministério das Cidades (Termo de Compromisso nº 0350.929-10/2011/Ministério das Cidades/Caixa), além das licenças prévia e de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto na cidade (Processo de Licenciamento Ambiental SUPRAM n° 08791/2006/002/2014). Depois, realizaram o procedimento licitatório para as obras de construção da ETE - Barrinha (Processo Licitatório PMV n° 02838/2013), que finalmente teve sua execução iniciada em agosto de 2014.
Em 31 de julho de 2014, o juiz da 1ª Vara Cível da Comarca de Viçosa deferiu liminar, nos autos da Ação Civil Pública n° 0713.14.003268-9, determinando ao Saae e ao município de Viçosa que se abstivessem de lançar esgotos in natura nos cursos d’água deste município, dentro do prazo de dois anos. Dias após a publicação dessa decisão judicial, finalmente foi assinado o contrato de construção da ETE, em 4 de agosto de 2014. O objetivo: tratar 100% do esgoto produzido na zona urbana do município, com a conclusão dos interceptores ao longo de todos os cursos d'água.

Repercussão na Câmara - O Diretor-presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Rodrigo Bicalho, esteve reunido na tarde da terça-feira, 24, com os vereadores. O objetivo era discutir sobre lixo, abastecimento de água e sobre a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Barrinha. Os Parlamentares comentaram sobre o assunto na reunião Ordinária realizada naquele mesmo dia.
O diretor do Saae falou sobre as ações que estão sendo tomadas em relação à coleta de lixo em Viçosa, como a proposta de mudança de rota do caminhão do lixo, circulação no centro apenas à noite, análise da questão do lixo reciclável e outras.
Na reunião ordinária, o vereador Geraldinho foi o primeiro a falar sobre o assunto abordando a questão da ETE. “Na reunião com o Rodrigo Bicalho nos foi informado que a obra se encontra parada por divergências e falta de informações no projeto arquitetônico. Hoje a obra está em ritmo reduzido e apenas 22% da construção realizada.”.
Para o vereador Sávio, “esta é uma obra importante, pois pode possibilitar ao município arrecadar mais recursos, além de ser uma obra básica para a saúde da nossa cidade”. Ele afirmou que cabe também ao Poder Legislativo, em seu papel de fiscalizador, convidar também a empresa licitada para a obra para entender e ouvir os dois lados da questão.
Também pautando a questão da ETE, o vereador Lidson acrescentou dizendo que a empresa em questão anunciou formalmente que a paralização se dará à partir do dia 1º de junho até que o projeto esteja de acordo. Mas o Saae, na reunião, informou que há outras etapas da obra que podem ser continuadas antes mesmo da entrega do projeto atualizado.