Consagrado nas urnas

Consagrado nas urnas

Para conseguir superar a sua adversária nas eleições desse ano, Ângelo Chequer escolheu um vice que pudesse reforçar a chapa com a experiência de quem já militou na política. O preferido foi Arnaldo Andrade, que já foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Viçosa, além de atuar no ramo da construção civil onde gera um número expressivo de frentes de trabalhos.
Além da escolha de um bom vice, houve também a montagem criteriosa da equipe de trabalho que ,na reta final, passou a ser coordenada por seu fiel escudeiro Luciano Piovesan, até então secretário municipal de Governo na atual administração. A área de marketing, escolhida a dedo, teve à frente o empresário Bruno Torres, que entre outros, sugeriu mudanças na aparência do candidato Ângelo Chequer. Ele passou a cultivar uma barba que lembra muito a figura do artista e padre Fábio de Melo. O deputado estadual Roberto Andrade, irmão do candidato vice-prefeito eleito, também deu a sua contribuição na vitória esmagadora de Ângelo nessas eleições. Mas, a manifestação popular fez a diferença em favor de Ângelo. Uma passeata no sábado que antecedeu às eleições reuniu centenas de pessoas que se concentraram na Praça José Santana, no Bairro de Fátima, e percorreu várias ruas pelo centro da cidade até à Praça Silviano Brandão. De acordo com os marqueteiros, se até então havia indecisos quanto à escolha do candidato a prefeito, essa dúvida teria sido desfeita ali.
A disputa com Cristina Fontes foi considerada fácil, principalmente, pela larga diferença de votos entre o primeiro e o segundo colocado no pleito do dia 2 de outubro. Nesse contexto, César Vieira apareceu, mais uma vez, como mero coadjuvante.
Cristina Fontes deu mais trabalho para Celito em 2012 do que para Ângelo nessas eleições. Naquele ano a diferença pró Celito foi de apenas 1.479 votos. Cristina teve votação expressiva nas eleições para vereadores em 2008 quando foi a segunda vereadora mais votada no município com 1.353 votos. Naquela legislatura ela chegou a ser presidente da Câmara Municipal.
Neste ano, mesmo apoiada por nomes tradicionais da política viçosense como Raimundo Nonato Cardoso e Luiz José de Arruda Alves (Tilu), e ainda com os apoios do deputado federal Misael Varella e do seu pai, presidente do Grupo Varela de Muriaé, Lael Varella, Cristina não conseguiu sensibilizar seus eleitores.

Vitória esmagarora
O que chamou a atenção da população nessas eleições foi a votação expressiva recebida por Ângelo Chequer em todas as 167 seções da 282ª Zona Eleitoral. Em apenas uma houve vitória de Cristina. Na seção 213, no Viçosa Clube, ela obteve 81 votos e Ângelo ficou com 79.
A seção eleitoral onde a diferença de votos foi mais acentuada em Viçosa foi a de número 232, localizada na Escola Municipal Dr. José Teotônio Pacheco, nas Posses, onde Cristina obteve 46 votos e Ângelo 207.
Cristina perdeu votos nos redutos de seus correligionários, como é o caso da Piúna, de Luiz José de Arruda Alves (Tilu). Na seção 79, ela teve 72 votos e Ângelo 84. Na 80, Cristina teve 71 e Ângelo 120.
Nas duas seções das comunidades do Condé e do Silêncio, considerados redutos do candidato a vice, Geraldinho Violeira e do seu mais atuante cabo eleitoral, Raimundo Violeira, Cristina também amargou derrota. Lá ela teve 73 votos e Ângelo, 134.
A menor diferença de votos entre Ângelo e Cristina foi registrada na seção 133, na Escola Municipal Ministro Edmundo Lins, onde Cristina obteve 66 votos e Ângelo 68.

Na contagem final Ângelo Chequer foi eleito com 23.945 votos (64,08%), com Cristina Fontes ficando em 2º lugar com 12.844 votos (34,37%).

Certezas e supresas nas eleições para vereador

- Esse ano, depois de ter representante nas últimas três legislaturas, nenhuma locutor de rádio conseguiu se eleger. Na lista estavam os atuais vereadores Paulinho Brasília (449), Cebolinha (458), Valentim (288), Cristiano Moto Link (278) e Divino Amaral (207).

- Alguns nomes se mostraram promissores ao cargo de vereador e terminaram fora de lista de eleitos. Entre eles, os ex vereadores Dedé do Gás (300), Ademar Gomes (390), José Antônio Gouveia (277). As atuais suplentes de vereador Sílvia Resende (646), Heloísa (323) e Maura Fontenelle (285) não conseguiram se eleger e nem mesmo estão na lista de primeiros suplente, exceção de Sílvia Resende, que poderá levar a vaga de Sérgio Construtor, caso ele seja cassado por irregularidades em sua campanha.

- Os atuais vereadores Marcos Nunes (672), Xandinho do Amoras (371), João de Josino (671), Lidson Lehner (290), Paulinho Brasília e Cebolinha não foram reeleitos. Nesta lista ainda entram os atuais vereadores que não disputaram eleição. São eles Marilange, Geraldinho da Violeira, Sérgio Norfino.

- Na lista dos que não se elegeram, mas tinham fama de bons de voto estão o ex-secretário de Governo da adminasitração Celito Sari, Joé Antônio de Oliveira (Tafarel), com 363 votos, Capelão (404), Kiraly Danadão (134), eo filho do ex-prefeito Celito, Tito Sari, com (47) votos.
O que se nota com a apuração do resultado é que o ex prefeito Celito Sari não deixou herdeiro político, já que seu filho, Tito Sari, obteve apenas 47 votos, nesta eleição. Na eleição de 2014, quando apoiou Fáfio Cherém a deputado estadual, conseguiu apenas 595 votos, apesar de ter despendido vultosa quantia em sua campanha, em Viçosa.

- Alguns candidatos tiveram enorme queda no número de votos, das últimas eleições para esta. Marcos Nunes foi eleito em 2012 o vereador mais votado, com 1.085 votos. No pleito deste ano, obteve 672 votos e não conseguiu se reeleger. Geraldão foi o segundo mais votado em 2012 (1.032 votos) e este ano, se elegeu com 359 votos, 3 a mais do que seu oponente direto pela vaga. Lidson Lehner foi eleito em 2012 com 877 votos. Nesta eleição seu eleitorado encolheu para 290. Luiz Eduardo Salgado teve seu eleitorado reduzido de 847 em 2012 para 458 este ano. João de Josino se elegeu em 2012 com 560 votos e apesar de ter ampliado para 671 votos, não conseguiu se eleger em 2016. Xandinho do Amoras se elegeu em 2012 com 525 votos e neste ano, perdeu as eleições com 371 votos.

- Esse ano, depois de ter representante nas últimas três legislaturas, nenhuma locutor de rádio conseguiu se eleger. Na lista estavam os atuais vereadores Paulinho Brasília (449), Cebolinha (458), Valentim (288), Cristiano Moto Link (278) e Divino Amaral.

- Nesta eleição de 2016 para vereador prevaleceram os votos nos candidatos regionais. Os eleitores de Nova Viçosa fizeram dois vereadores, Brenda e DJ Rony e ainda um primeiro suplente (Gilberto Brandão). No Paraíso, Marcão do Paraíso conseguiu mais de 200 dos seus 261 votos. No Fundão foram eleitos Antônio Elias (Tuim) e Edenilson no Fundão.

- Brenda é a primeira mulher transexual a ser eleita vereadora em Viçosa. Em 2012 ela havia disputado a eleição, quando obteve 470 votos.

- Os projetos sociais Tecendo Sonhos e Viva Juventude elegeram Antônio Elias e Paulo Sérgio (Toti), respectivamente.

- Um dos vereadores eleitos foi detido por compra de votos. Sérgio Construtor poderá perder seus votos e com isso, eleger a segunda candidata de sua coligação, Sílvia Resende.

- Outra indecisão jurídica é a questão das assinaturas irregulares descobertas pela Justiça nos pedidos de registro de vários candidatos a vereador de partidos que apoiaram Cristina Fontes. Ainda não se sabe qual será a punição imposta a estes candidatos.


Entenda como são eleitos os vereadores

Para eleger um vereador, a coligação de partidos deve conseguir atingir o quociente eleitoral, que é o resultado da divisão do número de votos válidos (em Viçosa, em 2016, foi de 39.805 votos), pelo numero de cadeiras na Câmara (15). O resultado desta divisão é 2.654 votos, arredondados. A partir daí, apura-se o (QP) Quociente Partidário, que é a divisão do número de votos da coligação pelo Quociente Eleitoral (QE). Com isso, algumas legendas conseguem eleger mais de um vereador, como é o caso do PSDB/PSL, que obteve 6.438 votos, (QP=2,43) e a coligação PPS/PTC/PP, que teve 6.243 votos (QP=2,35).
Depois de feitas as primeiras contas, algumas cadeiras ainda ficam vagas e aí a matemática é feita pelos votos de sobra. A conta é feita dividindo-se o número de votos da coligação pela soma do número de cadeiras já ocupadas, mais um. Os maiores números encontrados ocupam as primeiras vagas restantes, até se completar as 15 vagas.
Lembrando-se que existe a lista de corte, que determina que um vereador não pode ser eleito se obtiver menos do que 10% do quociente eleitoral, ou seja, 265 votos, em Viçosa.
Por isso é que alguns candidatos com mais votos do que Geraldão (349), não conseguiram se eleger, como é o caso de Marcos Nunes (672), João de Josino (671), Sílvia Resende (646), Cebolinha (458), Gilberto Brandão (457), Paulinho Brasília (449), Cilinho Barata (431), Capelão (404), Ademar Gomes (390), Marisa Barleto (387), Xandinho do Amoras (371), Nélio Freitas (370), Tafarel (363), Aldo Akio (360). Eles foram barrados porque suas coligações não conseguiram o número suficiente para eleger mais um vereador.

 


 

Confira a votação dos 245 candidatos a vereador, em Viçosa