Cônego Lauro sofre ofensas durante orações em memória das vítimas da Covid-19
Missa do último domingo, 20, foi marcada por atos em homenagem às 500 mil vidas perdidas para a doença no país
Durante a celebração da missa do último domingo, na Paróquia de Fátima, o cônego Lauro Sérgio Barbosa, foi alvo de ofensas enquanto conduzia orações em memória das vítimas da Covid-19.
A missa foi transmitida ao vivo pelo Youtube (assista abaixo). O cônego estava na parte externa da igreja, e disse que a homenagem se justificava por ser “um fato jamais visto em nossa história, tantas pessoas mortas por uma única causa”. Uma pessoa que estava nas proximidades da igreja proferiu ofensas em voz alta, contrárias ao ato promovido pela igreja.
Na fachada do templo, havia um pano preto com os dizeres “toda vida importa” e um outro cartaz, mais explicativo: “500 mil mortos pela Covid-19”. Nas escadarias, uma coroa de flores dividia espaço com 500 velas acesas, simbolizando as vítimas da doença.
ORIENTAÇÃO DA CCBB
As celebrações religiosas do último fim de semana seguiram as recomendações da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). No sábado, 19, o país atingia a marca de 500 mil mortes por Covid-19 desde o início da pandemia.
O Arcebispo Metropolitano de Mariana, Dom Airton José dos Santos, solicitou que todas as igrejas realizassem o toque fúnebre dos sinos em memória dos falecidos. Gestos como os da Paróquia de Fátima, em Viçosa, se repetiram em diversas igrejas de Minas Gerais.
Durante a celebração, Cônego Lauro frisou a importância da homenagem: “não são números, são pessoas e famílias atingidas. Queremos levar uma prece a esses irmãos e irmãs. Todas as missas neste final de semana foram celebradas na intenção desses 500 mil mortos”.
SOLIDARIEDADE
Demais igrejas de Viçosa manifestaram apoio ao Cônego Lauro. A Paróquia de São Silvestre emitiu nota de repúdio, por meio do pároco Padre José Afonso de Lemos. “Tais declarações não se coadunam com os ensinamentos de Jesus Cristo e da igreja, mostrando amplo desconhecimento a respeito do núcleo central da nossa fé”. A nota ainda diz que “quando ‘não choramos com os que choram’, estamos mortos interiormente”.
Na Câmara, um grupo de vereadores propôs moção de solidariedade ao Cônego. “Nosso repúdio, indignação e desejo de que esta injustiça e ofensa ao nosso Pároco seja reparada”, manifestou-se o Legislativo.
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