Audiência na Câmara discutiu a articulação dos serviços da rede de atendimento a dependentes químicos em Viçosa
A audiência foi realizada na última terça-feira (28), e contou com a presença da coordenadora do Centro de Referência Estadual de Álcool e Outras Drogas, Karine Zago Valente
Atendendo a um requerimento do vereador Sérgio Marota (PP), ocorreu na Câmara de Viçosa na terça-feira (28) a Audiência Pública para promover articulações dos serviços de rede de atendimento no município para dependentes de álcool e outras drogas, inclusive crianças e adolescentes. Em documento, Sérgio afirmou que “é de suma importância a discussão, visto que a falta de articulação nos serviços prestados pelos órgãos responsáveis chegaram a um patamar alarmante, já que Viçosa não possui políticas públicas efetivas para toda a população”.
A sessão ocorreu no Plenário da Câmara Municipal de Viçosa, foi presidida pelo autor do requerimento e contou com a presença dos parlamentares Gilberto Brandão (PRD) e Marcos Fialho (PP). Além disso, compuseram a Mesa Diretora: Vera Saraiva, Secretária Municipal de Assistência Social, Karine Zago Valente, coordenadora do Centro de Referência Estadual de Álcool e Outras Drogas (CREAD), Bruno Tavares, professor do Departamento de Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Já na Mesa Central estiveram presentes: Carlos Vitor Sabioni Tavares, 2º Tenente da Polícia Militar (PM) e representante do comandante da PM, Gabrielle Wakim, coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres (PMV), Leandro de Souza Gomes, coordenador do Serviço de Família Acolhedora, José Mauro Chaves, coordenador da Paróquia Santa Rita de Cássia e representante das igrejas do município, Mauro Lúcio da Silva Júnior, coordenador de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), Felipe Alexandre Lemos, advogado do Centro de Referência de Assistência Social do município (CREAS), Dwovany de Oliveira Lacerda, enfermeiro e conselheiro do Conselho Municipal de Políticas Públicas Sobre Drogas de Viçosa (COMAD) e Maria Eduarda da Silva Rosa, coordenadora de Atenção Primária à Saúde.
“Uma política sobre drogas é uma política sobre pessoas. A elaboração de políticas sobre drogas baseadas em evidências científicas é uma demanda de qualidade na atuação de gestores públicos, nesse sentido conhecer a situação sobre as drogas no Município, apontando a magnitude do uso e suas consequências permite um diagnóstico integral da situação, permitindo assim a elaboração de ações mais adequadas e eficazes entre as distintas esferas que atuam na área de políticas sobre drogas” disse Patrícia de Fátima, presidente do COMAD, dando início a Audiência. Ela continuou sua fala destacando a importância de articular ações de saúde, educação, assistência social, cultura e geração de renda no enfrentamento do problema, oferecendo tanto a prevenção quanto o cuidado integral ao dependente químico, destacando que uma política sobre drogas deve romper o ciclo vicioso entre exclusão social e abuso de substâncias. “É preciso incluir o tema de prevenção ao uso prejudicial das drogas na agenda das políticas de educação, saúde e assistência social. Assim será possível levar a todo o território nacional e municipal as ações de prevenção baseadas em evidências científicas e que não estigmatizam as pessoas que usam drogas” diz Patrícia afirmando a necessidade de debates amplos sobre a temática.
Karine Valente realizou uma apresentação que destacou o impacto das drogas nas políticas públicas, afetando áreas como educação, trânsito, saúde, desenvolvimento social, cultura, direitos humanos, justiça e segurança pública, além de apresentar algumas das medidas estaduais e municipais no enfrentamento às drogas, como as comunidades terapêuticas, as redes de suporte de assistência social e o SUS (sistema Único de Saúde).
Secretária de assistência social, Vera Saraiva trouxe a questão dos moradores de rua “Ele é dependente químico e não conseguimos encontrar uma saída para isso” conta. Vera afirma que o serviço social faz buscas ativas a esses dependentes oferecendo moradia e alimentação, mas que são rejeitados por parte deles, abordando a necessidade de uma atenção a esta população.
O Vereador Gilberto Brandão destacou o sofrimento do dependente químico e a dificuldade em enfrentar a situação, salientando a gravidade do assunto e a essencialidade da ajuda que as instituições, clínicas de reabilitação e políticas públicas oferecem.
Trazendo as questões de crianças e adolescentes em uma visão de atendimentos às políticas públicas, Bruno Tavares, apresentou dados que mostram as demandas necessárias em uma maior promoção de educação, esporte, lazer, cultura e saúde em regiões periféricas do Município no sentido de prevenção. “A articulação é no dia a dia (...) a gente tem que trabalhar com as pessoas, não contra” diz.
O vereador Sérgio Marota afirmou já estar com alguns encaminhamentos para criação de um comitê para tratar do assunto e pediu sugestões aos participantes e especialistas para criar caminhos de combate. Dentre os encaminhamentos, Sérgio cita a capacitação de agentes, reuniões mensais, elaboração de um protocolo, campanhas mensais para famílias e profissionais, um sistema de integração, um núcleo do CREAD e a possibilidade de uma unidade terapêutica no Município
“Tem que começar a dar a devida importância às drogas no Município, porque as vidas estão sendo ceifadas, futuros estão sendo condenados e a gente quer começar a conversar de forma muito séria, profissional e com conhecimento (...) e eu acho que o pontapé inicial foi essa Audiência Pública” conclui Patrícia de Fátima.
Fonte: Câmara de Viçosa
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